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sábado, 11 de abril de 2015

The horror! The horror!

me horroriza pensar que pondo na balança da história sofrimento e felicidade 
desde o início do mundo 
aquele lado arrasta no chão
larguem os paus de selfie e se horrorizem comigo

domingo, 8 de novembro de 2009

poeminha enlutado

Por ora não estou mais triste pela perda, nem brava. Já aceitei. Me ajudou muito a missa celebrativa que fizemos dia 2/11, alegre e festiva, como o Lucas.

Ainda assim resolvi postar aqui um escrito meu, feito na volta do sepultamento, dia triste e pesado. Perdoem-me a morbidez das palavras, mas mesmo a morte pode ser bela, ou pelo menos arte.


sob o fino véu da morte
te vi estático
dormindo o gelado sono
dos só memória

velado o sonho
dos passados átomos
molhados suspiros
e apertados artelhos

tantos abraços
necessário zelo
tantos encontros sentidos
dos perdidos amigos
no tempo

despreferidos abraços
melhor não tê-los
apenas um o quero
apenas um não tenho

bebi o ato do desapego
sequei o que secaram outros
calei o que calaram tantos
e selei a dúvida bem dentro

não te sei de fato morto
somente guardado para o tempo todo
na gaveta macia dos que não são
mas foram

domingo, 17 de fevereiro de 2008

palavrimagem


dorme o gato atrás da tela
quente cama iluminada
entre ele preto e eu pálida
o brilho branco de névoa
vida perfeita de gato
ressona de olhos abertos
entre seus sonhos e meus deveres
aquilo que pra mim é parto
pra ele é coberta

(vou acordar este gato e pedir que me escreva uns parágrafos)


terça-feira, 20 de novembro de 2007


e eu que me escrevi delícias
de fome literária me desfaço
desfaleço no cru desejo
de ler o mundo
e compor o tempo
e depois
afoita do teu apego
acaricio o pêlo
e ronrono o gato


palavras: minhas, 12.11.07
imagem: A cat in Paris, by Aguaplano @deviantart.com
=^.^=

terça-feira, 13 de novembro de 2007

aquelas palavras do sábio re-temperaram o meu carpe diem

autofoto no topo da Table Mountain/Cape Town/SA


um dia um sábio me disse que saborear cada momento como se fosse o último faz a gente viver de fato. tenho saboreado as pessoas, os momentos e as cores, os cheiros, as palavras. assim bebo todo o seu suco, que me alimentará em momentos de saudade.

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificaçao inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." (Clarice Lispector)

eu disse ao sábio que a diferença entre ele e eu era que ele tinha saudade do passado imutável, enquanto eu tenho saudade do futuro moldável. como já disse antes, o melhor presente, para mim, é o futuro. num embrulho bem tosco, ou bem lindo, este é meu presente favorito.


e aí vai um recortinho do meu passado, escrito em 2006:

bem me quer rosa
bem me quer azul
meu bem me quer de qualquer cor bonita
e no meu olho a cor
de quem sorriu
e riu e gargalhou
e rodopiou no vento mais sagrado
da memória constante
do melhor presente
o futuro


_()_ namaste
quase no Cape of Good Hope, nov 2005