Mostrando postagens com marcador chuva. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador chuva. Mostrar todas as postagens

sábado, 29 de novembro de 2008

fatos




fato I

dia bonito. tirei o sábado pra lavar umas roupitchas. comecei pelas que separei para doar pros desabrigados
( sim, pq tem q entregar bem limpinha, q eles não tem onde lavar, e etiquetada, q a triagem dá muito muito trabalho pros voluntários).

lavei a primeira maquinada, estendi. beleza.

a segunda maquinada foi roupa de cama daqui de casa, q essa moda de 3 meses de chuva me transformou numa porcona q só lava qd não tem mais nada limpo. tá lá batendo na máquina, e recomeça a chuva.

santa catarina colou chiclete na cruz, só pode ser.

fato II

minha nova mania é acompanhar amigas tietes em shows de bandas cujas músicas não conheço, cujos músicos nunca vi as fuças.

ontem fui na SAL (Sociedade Amigos da Lagoa - vulgo salão de festas márromeno do bairro mais bicho grilo de floripa) ver o Daza com a Ana Corina, do mãe de cachorro e eu já fui bem mais legal, a Ila, do aleluias e agonias, e a Gabi. quem abriu pra eles foi o Tijuquera.

logo no começo do show, a Ila totalmente emocionada vira pra mim e diz 'nem acredito q eu tô aqui nesse ambiente contigo', ao q eu respondo 'eu também não acredito q eu tô aqui nesse ambiente comigo'.

o som dos caras é bem legal, o astral do show também. eles tocam e cantam muito bem e posso dizer q curti. além disso, girls night não é nada mal. rachar o taxi e não ficar bobeando a procura de vaga também é bacaninha. conforto total, coisa de rico.

curti também fazer people-watching, me lembrou muito aqueles programas do Discovery tipo África Selvagem. o cinegrafista olha tudo de longe, e deixa o leão comer o filhotinho de antílope. tentei ao máximo não interferir.

exemplos de como me comportei bem:
1. na entrada entreguei 20 pilas pra bilheteira, pois o ingresso custava 15. a bilheteria era tipo um buraco na parede, baixo até mesmo pra mim, e como meu ingresso e meu troco não aparecia, me abaixei pra ver se a mulher estava ali dentro. ela me pergunta 'queres um?' e eu digo 'sim', enquanto penso 'não sua seqüelada, quero 3 custando 6,6666666666 cada um'.

2. deixei uma mulher me apalpar ( eu estava de calça de cotton bem colada),e abrir minha bolsa minúscula pra ver se eu não tinha nenhum revólver. claro, podia ser uma caneta estilo 007.

3. deixei uma sósia da Kelly Osbourne, que esqueceu as calças em casa, furar a fila do banheiro na minha frente. não q ela tenha pedido, é q eu não fiquei com vontade de puxar aquele cabelo de sisal branco.

4. não pedi nenhuma tragadinha dos 250.000 baseados a minha volta, pras pessoas queridas poderem fumar em paz.

5. não fiz os fumantes de cigarro comum engolirem suas chepas nojentas, enquanto soprava de volta a fumaça asquerosa q insistem em baforar na cara de quem não fuma.

6. não chutei a pomba gira dançando à minha frente, mesmo ela conseguindo me acotovelar pela direita e pela esquerda, da barriga até a boca.

7. não vomitei no carinha com a bermuda caída abaixo da bunda, q tirou a camisa e rodopiava acima da cabeça enquanto pulava (até os outros seqüelados abriram uma clareira em volta dele). mal sabia eu q ao dizer para o padrasto da Ila q estávamos indo ao Clube das Mulheres eu não estava zoando tanto assim.

8. ao fim do show, na saída qd um da barreira de seguranças perguntou 'querem ir embora?' eu respondi 'sim', enquanto pensava 'não, quero ver a banda passar cantando coisas de amor."

enfim, continuo a mesma velha de sempre: cabeça aberta, boca fechada, e louca pra ir pra casa brincar com meus gatos (ainda bem q eu não faço tricot).

esta última frase me leva ao fato III

fato III

adotei uma órfã das enchentes. antes q a leitora q me pariu comece a soltar foguete achando q virou vovó, explico: ela tem bigode e lambe o próprio c#.

não, eu não saí por aí procurando gato pra me coçar. acontece q as pessoas q me conhecem tão achando q eu sou a Ana Corina dos gatos. eu não sou, parem de me trazer pulguentos. aliás, nem a Ana Corina, q é mãe de cachorro, recolhe bicharada. não faço parte de nenhuma ong e moro num apzinho de 2 quartos e 1 banheiro. depois de repassar dois machinhos, acabei ficando com a alagadinha.

dito isso, o fato é q a senhora q limpa a escola onde trabalho, uma amiga muito querida, achou uma filhotinha encharcada no meio da chuva lá em Potecas, onde ela mora(não me perguntem onde fica isso, mesmo com ela no carro a gente se perdeu). esperta q só, ela colocou a pulguenta numa caixa de sapato e trouxe pra essa coração de manteiga q vos escreve.

agora a branquela já foi devidamente atendida pela maravilhosa Dra. Ioná I love cats Araújo, ganhou ração de gato rico, e tá dormindo no banheiro. lá é tipo a quarentena dela até o Cookie Nosfegatu parar de rosnar pra ela. já tá melhor, antes ele olhava pra bichana como se ela fosse o demônio a ser combatido, depois como lanche, e agora ele tá dando um gelo e virando a cara, enfim, dando uma de gostoso pra ver se ela gama.

ela é muito muito fofa, mas não me levem a sério, até Sphinx, o gato pelado de 1000 doletas eu acho tudo de bom. qd conseguir uma foto decente eu posto, e ainda falta escolher o nome.

fato IV

hj a noite vou ao 'Rock in Camerata', e rock sentadinha num teatro é beeeeem mais a minha cara.

see ya.


sexta-feira, 28 de novembro de 2008

sos santa catarina


99 mortos, por enquanto mais q o dobro da até então grande enchente de 1983. muitas muitas desaparecidas.

mais de 78 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas ( nem imagino qtos animais mortos ou perdidos).

uma pá de rodovias destruídas e/ou interditadas em diversos pontos ( 3 BRs e 17 estaduais).

12 municípios em situação de calamidade pública, mais uma pá em situação de emergência.

vi na tv o ginásio da escola onde estudei (em canasvieiras) sendo alojamento para desabrigados.

centenas de caminhoneiros, com famílias inclusive, há dias parados a beira da estrada, com postos cobrando valores ridículos por uma garrafa de água ou um banho.

saques por todos os lados (totalmente ensaio sobre a cegueira).

172 mil pessoas sem luz.

gasoduto rompido.

o que mais me impressiona não é q o povo sobrevivente perdeu as casas, mas q o terreno onde estava a casa não existe mais, tudo virou um grande lamaçal irreconhecível. aliás, alguns municípios sumiram do mapa quase por inteiro.

segue aqui um link com explicações de como ajudar: http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/sos-sc/conteudo/detalhe/Como-ajudar.html

em geral precisa-se de tudo, mas é mais urgente: dinheiro, é óbvio, água mineral, colchões, roupas de cama e banho, vestuário e calçados (tudo limpo e etiquetado por fora dizendo o que é e em que tamanho), material de higiene, alimentos para consumo imediato (pão, biscoito, leite, achocolatado), remédios, abrigo.

não consigo nem imaginar o q esse povo tá passando.

minha mãe é traumatizada de enchente, mas não dá nem pra comparar 80 cm de água dentro de casa com essa imagens de bairros inteiros arrastados pelo barro e correnteza, com gente dentro!!! sou muito privilegiada. tudo q minha família perdeu em 1995 (praticamente nada dentro dessa perspectiva) pôde ser comprado novamente. só a paz de espírito da minha mãe q não, mas acho q mudar de casa vai resolver esse problema.

como esse povo q perdeu tudo, da família à cidade onde mora - incluindo o local de trabalho -vai reconstruir suas vidas? vão morar onde? viver de quê? como vão conseguir dormir a noite?

q todas as entidades, q todos os espíritos, q todos os ancestrais, q todas as crenças sejam capazes de dar alento a esse povo. e que nós, gente de carne e osso, possa repartir alguma coisa.

namaste _()_, axé, baraka, shalom, salaam, mir...

foto: Ilhota, from diario.com.br

.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

atualização

50 mortos confirmados.
45 mil desabrigados.
dezenas de estradas e ruas interditadas.
pontes destruídas...

na escola q coordeno uma professora ficou presa em outra cidade (lá vou eu substituí-la), a secretária não conseguiu vir.

NÃO RECLAMO MAIS

domingo, 23 de novembro de 2008

não posso reclamar

a merda me atrapalha, mas não posso ser tão reclamona. ela já causou 20 mortes em Santa Catarina, 250 mil pessoas estão sem luz, e falta água na Grande Florianópolis (aqui no cafofo por enquanto não).

ontem fui a um casamento bem legal, enquanto alguns amigos convidados passaram a noite e madrugada toda dentro do carro, debaixo da merda torrencial (sem comida, água, banheiro, entretenimento) por conta de quedas de barreira, sem contar q perderam o casamento de uma pessoa querida.

a sc 401 está interrompida por queda de barreira também, e minha prima vai ter q dormir na casa da minha mãe.

enfim, São Pedro, mandar água só pela Casan.

.

sábado, 22 de novembro de 2008

vida de sapo


eu não sei exatamente há qto tempo está chovendo na Grande Chuvianópolis, uns dizem 14 semanas, outros 3 meses, outros 4. o q importa é q é tempo suficiente. suficiente para afogar as plantas, os animais de rua, deslizar as lamas, enxurrar os barracos, aposentar as piastras, mofar as roupas e os fatos, atrasar as obras, alarmar os alagados, deprimir os cães do canil municipal, instigar os suicidas, adiar os passeios de escola, adiar o verão, adiar a vida, virar sapo.

ninguém aguenta mais, o pulso ainda pulsa, mas de raiva. o antes relaxante barulhinho d'água hj me traz um impulso de esganar alguém. goosfraba, goosfraba (vide Anger Management). fora q conversa de elevador ficou sem assunto, tolerância zero pra quem diz ' que chuva né?'.

vou começar uma campanha: vamos banir a chuva de Florianópolis. nunca mais diga esta reprovável palavra. em caso de extrema necessidade diga 'merda'. 'em caso de merda, o evento será adiado'. ' a merda invade as casas do bairro xyz'. 'merda de prata q cai sem parar, quase me mata de tanto esperar'.

será q consigo ligar o phoda-se? por enquanto ainda não. me digam onde não está merdando q compro uma passagem pro próximo findi, ou me sedem, q eu tô pela bola 15! é TPM? não, é TDM, tensão durante merda!

o meu consolo é rir dos paulistas: vendem tudo, abandonam empregão, e vem pra cá torrar o patrimônio numa fila de 1 hora e meia entre o túnel e a ponte. e ainda têm q fumar de vidro fechado pra não mofar os assentos. mi depila!

sem mais, glub glub glub.

ps: não, eu não sou bairrista, não chamo (muito) paulista de haole, não quero impedí-los de vir pra cá. aliás, venham todos, q aí eu posso ir pra são paulo e pegar um emprego decente sem pânico de engarrafamento.