quarta-feira, 3 de junho de 2009

o q me importa

Meu amigo Lu deixou um comentário interessante no post passado, e achei legal debater o tema.

Como eu só tinha jogado o vídeo, sem escrever nada, vai aqui meu comentário. Convém ler o q o Lu disse para entender melhor o meu texto.

Este videozinho não tá aí por causa de igreja nenhuma, de religião nenhuma, de deus (ou Deus) nenhum.

Ele tá aí pq gostei da animação, e gostei do tema.

A fidelidade é relativa, a proteção é indispensável.

Este mês morreu a mãe de uma amiga minha, de AIDS transmitida pelo ex-marido há muitos anos atrás.Ela era fiel, ele não só sabia q tinha contraído HIV , como não contou para ela... Ele se cuidou e tá aí vivinho com a nova esposa. Ela não sabia, não se cuidou tanto assim, e qd descobriu já estava muito doente. Aos quarenta e poucos anos ela faleceu deixando seu segundo marido - com quem ela também praticou a fidelidade - contaminado. Duas pessoas fiéis (imaginando q o segundo marido era fiel) que - aposto- prefeririam ter confiado na camisinha.

O marido dela não sabia que fidelidade era importante para ela? Precisava o governo fazer uma campanha pró fidelidade?

As pessoas não são fiéis. Igreja nenhuma impediu q as pessoas fossem infiéis. Campanha nenhuma é capaz de torná-las fiéis.

É fiel quem não quer mais ninguém além do seu par.Ponto. Não importa a crença, não importam os valores, a fidelidade vem de dentro.

Eu não acho sexo casual uma coisa ruim, não acho feio relações abertas ou polígamas se assim está acordado entre as partes. Não acho q Deus se importa com quem,quanto ou como se faz sexo. Eu não sou fiel pq acho moralmente essencial, pq acho bonito e correto. Eu sou fiel pq eu quero e pronto. Eu só tive um parceiro na vida e uso camisinha. Pq não?

A camisinha não é 'um remédio errado', remédio errado é a opressão, o puritanismo, os dogmas escravizadores e disseminadores de sentimento de culpa, a hipocrisia, a tentativa de ditar como os outros devem viver.

Acho difícil convencer pessoas de certos valores, acho mais fácil incentivá-las a usar camisinha.

Sobretudo acho q as religiões prestam um desserviço ao condenar a camisinha.

Realmente distribuir camisinha 'a torto e a direito' não resolve nada, é preciso distribuir educação primeiro. Educação pela vida, desatrelada de qq religião ou juízo de valor.

Qt ao q Jesus faria ou diria não faço a mínima idéia, provavelmente nada, no maior estilo 'à Jontex o que é da Jontex e a Deus o q é d Deus'. Não me preocupo nem penso nisso.

O q eu me preocupo é com a quantidade imensa de pessoas contaminadas por ignorância, confiança, fé, ou até medo.

Uma coisa eu tenho certeza: se elas usassem camisinha muito provavelmente estariam vivas e saudáveis.

Isto pra mim basta para q eu defenda a camisinha.




axé,baraka,namaste... e por aí vai.

5 comentários:

Ana Corina disse...

UAU Pulga... Mil vezes, UAU! Tens TODA razão, assino embaixo. Beijo.

Antonio Bitencourt disse...

Salve minha Rainha!!!

Creio que duas coisas são necessárias mudança de comportamento e compreensão dos aspectos culturais.

Concordo plenamente com a distribuição de camisinha... no dia de combate à AIDS estava com minha filha... 12 anos já!!! e um padre grande amigo meu deu camisinhas para mim e para minha filha...

Achei isto ótimo! Leva a discussão e conversa...

Concordo também com você em relação à fidelidade e ao sexo, mas entendo que este radicalismo contrário ao sexo e à favor do conservadorismo moral é típico do movimento das antíteses à sínteses.

Em relação à África, tem-se um aspecto cultural muito grande. Não faz muito tempo que lá se acreditava que transar com meninas virgens curaria a AIDS! Talvez por isto tenha-se estes resultados relatados pelo Lulu.

E o que dizer da roleta russa realizadas pelos jovens da classe média com seringa com sangue contaminado?

Saudades...

Axé, Luta e Paz!!!

Ana Corina disse...

Pulga, nos vemos qdo novamente? Tô com saudades renovadas... Luv u 2! xoxo

bibi move disse...

muito excelente nota mil esse texto.concordei total.
custa muito estabelecer políticas públicas que não esperem que se chegue a conclusões morais?
que elas aconteçam, mas não dá pra ficar esperando...

bibi move disse...

eu tenho uma amiga muito próxima que descobriu recentemente estar contaminada, depois de ter se casado e quem transmitiu a ela foi um namorado, daqueles do tempo da fidelidade, há dez anos!
desde então ela teve outros 3 parceiros, todos sempre baseados na noção de fidelidade.
essa história se repete...