quarta-feira, 15 de outubro de 2008

sweet sixteen (ou como chegamos aqui)

Um post com maiúsculas para a felicidade do meu leitor número 1.

Quero escrever sobre estes últimos 16 anos e não consigo. Foram os melhores da minha vida, e não sei o q dizer. Já digitei e deletei muitas linhas, me sobraram apenas estas:

O amor existe, vale a pena, requer muito muito esforço, dura se bem alimentado, tem ups bem ups e downs bem downs, e só cresce com o passar dos anos (again, se bem alimentado). Primeiro a gente se apaixona pq não conhece bem o outro, e depois q conhece (apesar de conhecer) realmente ama.

Aí a pessoa muda uma, duas, três, infinitas vezes, e a gente se reapaixona e desapaixona todas vezes necessárias pra continuar amando. Continuar reapaixonando - A.K.A tentando- é uma questão de decisão. Pq decidi te amar, te dou tudo o q posso. E, naturalmente, pq tu decidiste me amar, me dá tudo o q podes. É só esse o nosso segredo.

Obrigada meu melhor amigo, meu companheiro, meu namorado, meu parceiro de sonhos, de princípios e crenças. E que venham os próximos 16, estou pronta para a luta.

jlovest, feliz sempre


ps: how rare and precious is it to find true love at 14?

domingo, 5 de outubro de 2008

deserto de posts

não tenho postado pois a vida capitalista me consome. não tenho tido tempo para nada que não trabalhar. e mesmo que entreabrisse uma fresta entre os labores, nada teria para dizer pois não tenho vivido de fato. tenho vencido os dias, um após outro como um a menos dessa rotina totalmente meaningless.

me sinto Chaplin apertando parafusos numa vertiginosa linha de montagem cujos produtos não servem realmente para coisa alguma. trabalho para pagar contas, pago contas para não me tornar mais um daqueles maltrapilhos e malcheirosos a dormir durante o dia dentro de caixas de papelão que um dia embalaram os sonhos materiais e efêmeros daqueles que pagam contas. vagar durante a noite como eles fazem, mendigando os pães e trocados para a cana nossa de cada dia eu até toleraria, mas ficar malcheirosa seria uma tortura pior que apertar parafusos inúteis. então continuo os apertando.

trabalho feito escrava durante 5 dias da semana para passar outros 2 curando as dores e desgastes dos primeiros 5 numa confortável cama queen size. que lindo é o capitalismo, me permite comprar coisas q jamais tenho tempo de usar. me permite sonhar com um dia onde não precisarei mais trabalhar, e terei muito mais coisas compradas, terei tempo de usá-las se elas não exigirem vigor e saúde, só possíveis na época em q trabalhava incansavelmente durante meus sonhos de aposentadoria.

não sei se quero os dentes ou a rapadura.

não quero tampouco o conforto do comunismo, pois prefiro não delegar minhas decisões aqueles proprietários da minha liberdade. o incômodo de pensar e dizer não me importo de sofrer, muito obrigada. já estou muito acostumada aos confortos do capitalismo, especialmente o poder ir e vir e o poder dizer - desde q eu tenha dinheiro para o primeiro e para manter a tecnologia q me permite o segundo- , para migrar para o comunismo, ou mesmo para defendê-lo.

taí dois irmãos cheios de furúnculos apontando as espinhas um do outro. o capitalismo e o comunismo não satisfazem meu conceito de solução para a vida nesse planetinha. não esperem de mim nenhuma alternativa inteligente. não tenho respostas, só perguntas.

uma coisa pra mim é certa: as mazelas de cuba não me parecem menores ou maiores q as do grande vizinho capitalista, são apenas outras. engana-se quem acha q andar de carro velho é pior q morrer num corredor de hospital por não ter seguro médico.

enquanto não encontro nenhuma solução melhor continuo apertando os parafusos, recebendo os por dentro ( em cheque) e os por fora (em garoupas, onças, micos-leões dourados, araras, ou qualquer outro bicho que a casa da moeda imprima), e encontrando raros momentos - como este- para excretar textos nonsense sobre o porquê disso tudo.

até a próxima.