já estou ensaiando este post, e cozinhando estas idéias em fogo brando, há muito muito tempo. e como o tema é fundo e me provoca gastrite nunca fica pronto. nunca a palavra cobrirá o q sinto e penso. nunca o q sinto e penso ilustrará a realidade.
decidi então dizer de qq jeito, e um dia quem sabe aprofundo.
o mundo sofre.
desconheço os números, mas creio que pelo menos 80% da população mundial carrega a existência como uma pesada cruz. isso me assusta, me deprime, e transforma carpe diem em algo muito diferente do que o cinema, a literatura e a tatuagem fazem da frase.
como posso aproveitar o dia se para tantos tantos quase todos o dia é uma ferida aberta?
e sigo com meus botões e minha belas sandálias do privilégio.
a maior parte da minha vida morei num bairro de classe média alta. hoje moro num bairro de classe média média mesmo, cercada de bairros de classe média baixa, q por sua vez estão cercados de bairros pobres, que se acercam de bairros miseráveis.
todo dia passo ao lado da favela, todo dia vejo catadores de papel e latinha, pessoas catando no lixo uma chance de sobreviver mais um dia. vejo velhinhos e velhinhas fazendo isso, e esmolando, os mais sortudos fazendo faxina. nada me dói mais q velhinhos sofrendo e arrastando seus últimos anos pelo pão nosso de cada dia. nem as crianças ranhentas vendendo bala no sinal, nem os cães mancos e sedentos farejando restos . nem os jovens sem perspectiva conversando sobre falsificação de vale transporte enquanto aguardam o latão.
o que enxergo nos olhos dessas pessoas é um desespero silencioso.
a vida é sofrimento. o mundo sofre. estas frases ecoam na minha cabeça todos os dias qd saio nas ruas. e não sei o q fazer. não sei o q pensar.
acho q a maioria das pessoas com quem convivo não sabe disso, vivemos em nossas perfumadas bolhas de educação e fartura. pensamos q a miséria é marginal e temporária.
é crônica e metástica.
qto mais ficamos nas bolhas mais se agrava. não sei se há solução. estou paralisada de medo.
foto: "sandálias da miséria", achei no google imagens, desconheço o autor. se alguém souber manda. se for você, por favor me empreste.
decidi então dizer de qq jeito, e um dia quem sabe aprofundo.
o mundo sofre.
desconheço os números, mas creio que pelo menos 80% da população mundial carrega a existência como uma pesada cruz. isso me assusta, me deprime, e transforma carpe diem em algo muito diferente do que o cinema, a literatura e a tatuagem fazem da frase.
como posso aproveitar o dia se para tantos tantos quase todos o dia é uma ferida aberta?
e sigo com meus botões e minha belas sandálias do privilégio.
a maior parte da minha vida morei num bairro de classe média alta. hoje moro num bairro de classe média média mesmo, cercada de bairros de classe média baixa, q por sua vez estão cercados de bairros pobres, que se acercam de bairros miseráveis.
todo dia passo ao lado da favela, todo dia vejo catadores de papel e latinha, pessoas catando no lixo uma chance de sobreviver mais um dia. vejo velhinhos e velhinhas fazendo isso, e esmolando, os mais sortudos fazendo faxina. nada me dói mais q velhinhos sofrendo e arrastando seus últimos anos pelo pão nosso de cada dia. nem as crianças ranhentas vendendo bala no sinal, nem os cães mancos e sedentos farejando restos . nem os jovens sem perspectiva conversando sobre falsificação de vale transporte enquanto aguardam o latão.
o que enxergo nos olhos dessas pessoas é um desespero silencioso.
a vida é sofrimento. o mundo sofre. estas frases ecoam na minha cabeça todos os dias qd saio nas ruas. e não sei o q fazer. não sei o q pensar.
acho q a maioria das pessoas com quem convivo não sabe disso, vivemos em nossas perfumadas bolhas de educação e fartura. pensamos q a miséria é marginal e temporária.
é crônica e metástica.
qto mais ficamos nas bolhas mais se agrava. não sei se há solução. estou paralisada de medo.
foto: "sandálias da miséria", achei no google imagens, desconheço o autor. se alguém souber manda. se for você, por favor me empreste.