segunda-feira, 26 de novembro de 2007

do peito



tenho muitos amigos. de muitos tipos. diversas fontes. uns para rir outros para chorar. uns de chopps outros de café. uns de dia todo outros de e-mail. amo todos. uns amo todo dia, outros toda semana, uns todo mês, outros todo ano, outros ainda a cada década. e ao meu jeito amo todos.

preciso dizer porém q alguns me tocam no âmago. e poucos são para todo assunto, qualquer bebida, qualquer programa, qualquer hora. e em geral me dou melhor com homens.

porém tenho uma amiga assim, para quem posso falar tudo tudo mesmo. e falo, coitada. e ela me fala também, falamos muito, teclamos também. há anos ela mora longe de mim e embora tenha muitos amigos amados, ela me faz muita muita falta. tento não pensar muito nisso, às vezes ficamos longos períodos sem tempo pra se falar, mas é como se entre nós não houvesse um dia ou um passo de distância.

isto é amizade.

fico pensando q um dia quero morar perto dela de novo e rezando à Deus q me permita isto. graças à Deus posso dizer sem culpa que qd morávamos perto aproveitei bem nossa amizade.

minha amiga esteve aqui desde 15 de novembro até ontem, aproveitei o que deu. não queria monopolizar minha amiga, mas talvez até tenha feito isso. ao me despedir no sábado escaparam umas lagriminhas e ela rindo: sua tola, eu falo contigo todo dia. e eu: mas eu quero falar vendo a tua cara. obrigado são msn, sem vc eu pagaria um gorila e choraria muito mais.

já falei (leia-se teclei) com ela hj e precisei postar aqui mesmo assim. tô com saudade, vê se pode. logo eu q nunca sinto saudade de nada nem ninguém ( e fico fingindo q sim pra me encaixar e ninguém me chamar de sociopata - confessei-). tá, raaaaramente eu sinto e só de algumas pessoas ou raras circunstâncias. acho q é saudade contida de qd ela se mudou daqui. às vezes eu escondo tanto meus sentimentos q acho q engano até a mim mesma. e hj, sei lá qts anos depois, percebo o qto sofri com esta mudança. logo eu, q amo mudanças.

ok, me permiti sentir saudade, agora chega. vou comprar um notebook hj e instalar o skype qd o danado chegar. aí vejo aquela cara e escuto aquela voz, vai ser muito mais saboroso fofocar em estéreo.

=^.^=





ps: se algum outro amigo me vier com ciuminho bobo eu mando trazer a 12 (rs).

ps2: alguém lê este blog? favor fazer um comentário assim: eu leio. só pra eu saber já que não tenho aqueles contadores ( não vou pagar o mico de colocar um contador pra ficar ali escrito 2).

_()_namaste, axé, baraka...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

biscoito chinês

"quem quer colher rosas deve suportar os espinhos"

copiei o tudonum e acessei meu biscoito do dia. tudo a ver com tudo que eu tenho que fazer para chegar aonde quero, mas dá uma preguiça...


e eu que me escrevi delícias
de fome literária me desfaço
desfaleço no cru desejo
de ler o mundo
e compor o tempo
e depois
afoita do teu apego
acaricio o pêlo
e ronrono o gato


palavras: minhas, 12.11.07
imagem: A cat in Paris, by Aguaplano @deviantart.com
=^.^=

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

trafficking is torture/i am helena

o mundo também é feito de territórios sombrios.

copiando a Denise (cujo blog é o máximo), aqui um post sobre escravidão sexual.

acesse o site da Helen Bamber Foundation e veja o filme com a atriz Emma Thompson, ilustrando o dia na vida de uma moça chamada Helena que se tornou uma escrava chamada Maria. não tenha medo de ver.

Tradução (da Denise):

"Elena achava que ninguém iria machucá-la
Elena confiava em todo mundo
Maria não confia em ninguém
Elena queria aprender inglês
Maria apanha, se disser "no"
Elena trabalhava no mercado para apoiar sua família
Maria trabalha por nada
Elena quer ajudar pessoas e ser uma enfermeira
Maria satisfaz até 14 homens por dia
Elena costumava chorar quando seu pai era duro com ela
Maria não sente mais nada
A família de Elena pensa que ela está morta
Eu, não
Eu era Elena
Eu sou Maria
Me ajude
Estou aqui

Mulheres escravizadas por traficantes de sexo perdem mais que somente seus nomes.
Tráfico é tortura."


não sei pq eu ainda me questiono sobre isso, acho que é por crer q nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Jah, Javé, Jeová, Ala, Tupã, ou qq outro nome de sua preferência). como pode alguém comprar um "serviço" desses? como pode alguém vender um "serviço" desses? o q passa na cabeça dos traficantes e "clientes"?

outra pergunta: será q os clientes de prostitutas "não escravas"( desde aquelas q ficam nas esquinas até aquelas consideradas de luxo) acham que as moças "escolheram" esta profissão? q são autônomas? q ninguém as extorque e ameaça? será q dormem tranqüilos?

o q há de errado com esta gente?

terça-feira, 13 de novembro de 2007

aquelas palavras do sábio re-temperaram o meu carpe diem

autofoto no topo da Table Mountain/Cape Town/SA


um dia um sábio me disse que saborear cada momento como se fosse o último faz a gente viver de fato. tenho saboreado as pessoas, os momentos e as cores, os cheiros, as palavras. assim bebo todo o seu suco, que me alimentará em momentos de saudade.

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificaçao inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." (Clarice Lispector)

eu disse ao sábio que a diferença entre ele e eu era que ele tinha saudade do passado imutável, enquanto eu tenho saudade do futuro moldável. como já disse antes, o melhor presente, para mim, é o futuro. num embrulho bem tosco, ou bem lindo, este é meu presente favorito.


e aí vai um recortinho do meu passado, escrito em 2006:

bem me quer rosa
bem me quer azul
meu bem me quer de qualquer cor bonita
e no meu olho a cor
de quem sorriu
e riu e gargalhou
e rodopiou no vento mais sagrado
da memória constante
do melhor presente
o futuro


_()_ namaste
quase no Cape of Good Hope, nov 2005

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

o mundo em duas voltas

sim, tenho um milhão de coisas para fazer e mais um monte que quero fazer. faço poucas, assim caminha a humanidade (em passos de formiga e sem vontade). só tenho lido artigo científico por pura obrigação, e blogs por puro prazer.

meu objetivo de vida é conquistar 24 territórios à minha escolha, sempre foi e sempre será viver o maior número de vidas sem ter que acreditar em reencarnação. tô longe desse objetivo, não é à toa que o refrão com que mais me identifico é "but i still haven't found what i'm looking for", e o que melhor me define é "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". tudo bem, ficar plantada até aqui fez de mim quem sou, mas a brincadeira perdeu a graça. terminando o mestrado ( que não me fez nem fará mestre em nada) vou comprar uma mala, ou um mochilão, e me dou um ano pra começar a conquistar os 21 territórios que faltam.



nunca disse aqui, mas meu pai é cigano. temos em comum o bicho carpinteiro. agora ele tá mochilando em algum ponto da europa, depois volta pra itacaré onde é sua base e em dezembro vem pra floripa. tenho orgulho de ter um pai que por muitos pode ser considerado maluco. é nada.


ontem vi o filme O mundo em Duas Voltas, da família Schurmann. eles sim são completamente malucos. loucos de contentes como diria meu finado avuelo de bagé. vendo o filme ontem, e chorando do começo ao fim de identificação com o bicho carpinteiro deles (eu mareio totalmente, barco só pra olhar de fora, mas adoro avião então tá blz) , fiz um trato com Deus: não permita Ela que eu morra sem que eu ponha os pés na Polinésia. Deus não falou nada e quem cala consente. os schurmann falando que era duro sair de lá e eu gritando por dentro FICA FICA, faz que nem Gauguin. mas ficar é um verbo impensável pra eles. está se tornando igualmente impensável para mim.


outra coisa, sei que voltar é a melhor sensação do mundo. e pra voltar é preciso ir. se toda longa viagem começa com um passo, este é o meu. decidi navegar, levantei a âncora, mesmo que demore três anos pra chegar (a)o(s) meu(s) destino(s).

_()_namaste